segunda-feira, 12 de abril de 2010

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Somente um par continuava a lutar, aparentemente sem notar o recém-chegado. Harry viu Sirius se desviar de um raio vermelho de Belatriz: ria dela.

- Vamos, você sabe fazer melhor que isso! - berrou ele, sua voz ecoando pela sala cavernosa.
O segundo jato de luz o atingiu bem no peito.
O riso ainda não desaparecera do seu rosto, mas seus olhos se arregalaram de choque.
Harry se soltou de Neville, embora nem tivesse consciência do que fazia. Estava novamente descendo os degraus aos saltos, puxando a varinha, ao mesmo tempo que Dumbledore se voltava para o estrado.
Sirius pareceu levar uma eternidade para cair: seu corpo descreveu um arco gracioso e ele mergulhou de costas no véu esfarrapado que pendia no arco.
Harry viu a expressão de medo e surpresa no rosto devastado e outrora bonito do seu padrinho quando ele atravessou o arco e desapareceu além do véu, que esvoaçou por um momento como se soprado por um vento forte, depois retomou a posição inicial.
Harry ouviu o grito triunfante de Belatriz Lestrange, mas sabia que não significava nada - Sirius simplesmente atravessara o arco, reapareceria do outro lado a qualquer segundo...
Mas Sirius não reapareceu.
- SIRIUS! - berrou Harry - SIRIUS!
Ele alcançara o poço, sua respiração ofegante e dolorosa. Sirius devia estar logo além do véu, ele, Harry, o puxaria de volta...
Mas quando chegou ao poço e saltou para o estrado, Lupin o agarrou pelo peito, detendo-o.
- Não há nada que você possa fazer, Harry...
- Apanhá-lo, salvá-lo, ele só atravessou o véu!
- ... é tarde demais, Harry.
- Ainda podemos alcançá-lo... - Harry lutou com força e violência, mas Lupin não o largou.
- Não há nada que você possa fazer, Harry... nada... ele se foi.


J.K. Rowling (Harry Potter e a Ordem da Fênix - pág. 652)

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